Mulheres indígenas do Pará protagonizam defesa da Amazônia
em Conferência Nacional Em Brasília (DF), até o dia 8 deste mês
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Mulheres indígenas do Pará protagonizam defesa da Amazônia em Conferência Nacional Em Brasília (DF), até o dia 8 deste mês, com o apoio da Secretaria de Estado dos Povos Indígenas, elas participam da Conferência e da IV Marcha das Mulheres Vozes da Floresta: Mulheres Indígenas do Pará Marcham por Direitos em Brasília Por André Costa, para a Rádio Eldorado FM
Nas terras onde os rios falam e as árvores guardam memórias, as guerreiras do Pará preparam suas flechas de luta. Não são armas de guerra, mas sim vozes carregadas de sabedoria ancestral que ecoam nesta semana na capital federal. Da vastidão amazônica às ruas de concreto de Brasília, elas chegam para a 2ª Conferência Nacional das Mulheres Indígenas, um encontro que já reúne mais de cinco mil lideranças de todo o Brasil.O Pará, com sua imensidão verde e cultural, traz representantes de oito etnorregiões distintas. São mulheres Kayapó, Munduruku, Tembé e outros povos que atravessaram rios e estradas para compartilhar seus conhecimentos milenares sobre a proteção da floresta. Maria Kaba, liderança Munduruku, explica com a tranquilidade de quem conhece o ritmo da natureza: "Enquanto o mundo discute sustentabilidade em salas com ar condicionado, nós já vivemos isso na pele há gerações".A programação do evento é intensa. Nesta sexta-feira (9), o Museu da República será palco de uma marcha histórica. No sábado (10), as demandas elaboradas coletivamente serão entregues ao Ministério dos Povos Indígenas. Puyr Tembé, secretária estadual dos Povos Indígenas, não esconde o orgulho: "Nossas mulheres trazem na bagagem não apenas cocares e artesanatos, mas propostas concretas para proteger nossos territórios".Pela primeira vez, o governo paraense garantiu transporte aéreo para todas as participantes, reconhecendo a importância dessa mobilização. O apoio institucional vem de diversas frentes, incluindo a Federação dos Povos Indígenas do Pará e o Ministério dos Povos Indígenas.Este encontro acontece em um momento crucial. Com 56 povos indígenas e a segunda maior população originária do país, o Pará mostra ao Brasil que a verdadeira proteção ambiental começa com o respeito aos direitos dos primeiros habitantes desta terra. Como bem disse a ministra Sônia Guajajara, "cada passo que uma mulher indígena dá em direção à justiça, é toda a floresta que avança junto".